Caxias do Sul 24/11/2024

Como fica a vida sob a vigência da BANDEIRA PRETA

Governo anuncia que jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Gaúcho não poderão ser realizados antes das 20h
Produzido por redação, 26/02/2021 às 18:06:11
Como fica a vida sob a vigência da BANDEIRA PRETA
Foto: reprodução

Sábado, dia 27, é o Dia D: dia em que todo o Rio Grande do Sul fica em bandeira preta na 43ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado. Dia em que passa, de forma antecipada e excepcional, a valer as regras para o risco altíssimo de contaminação pela Covid-19. E dia em que há suspensão temporária da cogestão regional (em que os municípios podiam seguir normas da bandeira anterior).

Com todas essas novas diretrizes para combater a taxa acelerada de contágio da doença, a partir da lotação de hospitais (é de 90% a taxa de ocupação de leitos de UTI no Estado e já há esgotamento em algumas regiões), pairam no ar muitas interrogações e dúvidas da população. Uma das principais envolvia partidas de futebol.

Na noite desta sexta-feira (26/02), em decorrência do agravamento do cenário da pandemia, o governo do Estado decidiu que jogos da Copa do Brasil e do Campeonato Gaúcho marcados para o período entre os dias 27 de fevereiro e 1º de março não poderão ser realizados antes das 20h. A medida foi tomada a partir de diálogo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e Federação Gaúcha de Futebol (FGF),

A restrição visa a conter possíveis aglomerações durante partidas jogadas à tarde no território gaúcho e atende ao regramento do modelo de Distanciamento Controlado, que classifica todas as regiões do Estado em bandeira preta, ou seja, com altíssimo risco de contágio pelo coronavírus. No caso da primeira partida da final da Copa do Brasil entre Grêmio e Palmeiras, o governo recebeu a confirmação da CBF de que o jogo será disputado às 21h de domingo (28/2), na Arena do Grêmio.

O governo avalia que a realização de jogos à tarde aumenta a possibilidade de aglomerações. A partir das 20h, entra em vigor a suspensão temporária de atividades, o que amplia a restrição de circulação de pessoas. Por isso, o pedido foi feito para que as partidas ocorram após esse horário.

“Tenho ressaltado que o problema nunca é o jogo em si, porque a CBF e a FGF conseguiram, de maneira muito competente, que os campeonatos fossem disputados com os devidos cuidados sanitários. O problema é a possibilidade de jogos à tarde gerarem aglomerações, com pessoas se reunindo para assistir às partidas e podendo provocar a disseminação do vírus. Agradecemos a compreensão da confederação e da federação em relação a esse momento e reforçamos que as pessoas não se aglomerem para torcer”, afirmou o governador Eduardo Leite.

O site esclarece outras dúvidas frequentes dos leitores:

1ª) Todas as regiões do Rio Grande do Sul deverão seguir os protocolos de bandeira preta pelo menos até 7 de março.

2ª) Não é lockdown, medida mais extrema que foi adotada em alguns Estados e em outros países. A ideia é instituir o alerta máximo e impor medidas mais rígidas para conter a circulação do vírus.

3ª) A suspensão geral de atividades das 20h às 5h, em todo o Estado, determinada na segunda-feira (22/2), também será mantida pelo menos até as 5h do dia 2 de março. O governo do Estado ainda estuda a prorrogação da medida.

O que muda nas regiões em bandeira preta

A partir de demandas de setores e entidades, o governo anunciou na noite desta sexta-feira (26/02) alguns ajustes nos protocolos de bandeira preta, com vigência deste sábado até o domingo seguinte (7/3).

Comércio não essencial

A partir do decreto, o comércio varejista e atacadista não essencial permite tele-entrega e teleatendimento, com presença de um trabalhador, com máscara, para cada 8m² de área de circulação. O atendimento na porta fica proibido.
O comércio essencial pode funcionar com atendimento ao público até as 20h, quando deve fechar para atender a suspensão geral e temporária de atividades, que vigora pelo menos até as 5h do dia 2 de março.

Praias

A permanência na faixa de areia das praias segue proibida na bandeira preta, como forma de evitar a aglomeração de pessoas. É permitido circular (para praticar exercícios, por exemplo), desde que levando em consideração o distanciamento interpessoal mínimo de 1 metro e uso obrigatório e correto de máscara. O mesmo vale para ruas, calçadas, praças, mar, lagoa, rio e similares.
O decreto publicado nesta sexta-feira (26/2) deixa claro a permissão para o banho de mar (sem permanência prolongada) e a prática de esportes aquáticos individuais.

Construção civil

Obras de construção de edifícios, infraestrutura e serviços de construção podem operar com 75% dos trabalhadores. No decreto anterior, as obras só poderiam ocorrer quando fossem relacionadas à pandemia (por exemplo, ampliação de alas hospitalares). Com isso, a restrição se equivale ao nível da bandeira vermelha.
O mesmo vale para reformas particulares em apartamentos ou casas. Serviços de manutenção e reparo também estão permitidos (por exemplo, conserto de elevadores).
Lojas de materiais de construção são consideradas serviço essencial e podem funcionar até as 20h, com atendimento presencial ou tele-entrega, pague e leve e drive-thru. Depois das 20h, somente por tele-entrega, enquanto vigorar o decreto de suspensão geral de atividades.

Competições esportivas

As partidas de futebol profissional só poderão ser realizadas após as 20h. Como já havia sido definido anteriormente, segue vedada a presença de público.
Outras competições esportivas terão de passar por avaliação e autorização prévia do Gabinete de Crise para serem realizadas.

Serviços domésticos

O novo decreto passa a permitir o trabalho de faxineiros, cozinheiros, motoristas, babás, jardineiros e similares, o que antes estava proibido na bandeira preta.
A partir de agora, os prestadores desses tipos de serviço doméstico poderão atuar, desde que respeitado o limite de até 50% de trabalhadores (sempre ao que exceder quatro funcionários, no mínimo), além do uso obrigatório da máscara pelos empregado(s) e empregador(es) durante a prestação do serviço, para proteção de ambos, além da necessária circulação de ar cruzada (janelas abertas).

Missas e cultos

Templos religiosos vão poder funcionar com limite de até 10% do teto de ocupação ou máximo de 30 pessoas.
Até então, na bandeira preta, missas e serviços religiosos não podiam ter atendimento ao público e comportar apenas 25% dos trabalhadores para captação de áudio e vídeo das celebrações.