"Comece devagar, mais simples, mas comece já. Nunca comece em toda a empresa de uma vez". A recomendação partiu do diretor de Negócios Digitais da WEG Equipamentos SA, Carlos José Bastos Grillo, durante reunião-almoço (RA) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul desta segunda-feira (1º), ao ser questionado sobre a velocidade com que uma companhia deve adotar as tecnologias avançadas do conceito de Indústria 4.0.
O executivo da multinacional brasileira, sediada em Jaraguá do Sul (SC), veio à cidade para abordar inovação, tecnologia, digitalização dos produtos e eficiência energética a convite da Magnani Luz e Energia, uma das principais distribuidoras da marca na Serra Gaúcha e Litoral Norte. A intermediação foi feita pelo CEO, Paulo Magnani, que, num primeiro momento, queria trazê-lo para a comemoração dos 50 anos da empresa, em 2020, mas, por conta da pandemia, precisou protelar, “o que garantiu um assunto ainda mais atualizado”, expressou o empresário caxiense.
"A digitalização e a chamada Indústria 4.0 trouxeram uma série de oportunidades e também dúvidas para as empresas brasileiras", assinalou o executivo da WEG.
O convidado apresentou os conceitos e ações práticas de digitalização e Indústria 4.0 adotados pela WEG, conhecida por ser referência global em motores, geradores, transformadores e acionamentos elétricos, na busca da melhoria operacional, retorno sobre o capital investido e eficiência energética. As novas tecnologias são mais eficazes e até mais econômicas para medir dados, processá-los e gerar informação para a garantia da melhor eficiência dos processos produtivos.
Plateia compareceu para ouvir um tema pertinente, incluindo diretores da Magnani Luz e Energia, anfitriões do executivo da WEG (foto: Mauro Martins)
Internet das Coisas
A WEG, em sua jornada de convergência da digitalização, lançou no mercado o IoT (Internet das Coisas) Low-Code, uma plataforma de desenvolvimento para automação, criada para ajudar empresas dos mais variados segmentos a atender às demandas da Indústria 4.0. Entre outras funcionalidades, salientou o diretor, as soluções digitais conectam e integram equipamentos e sensores, capazes de coletar e armazenar dados e transformá-los em informações que tornam possível monitorar, controlar e automatizar operações, realizando análises em tempo real.
Os ganhos de eficiência e aumento de produtividade, sempre com o uso de monitoramento de dados, sensoriamento e softwares, permitem às empresas melhorar seus resultados e reduzir os altos custos operacionais, especialmente ligados à energia elétrica e manutenção.
Após o evento, executivo da WEG concede entrevista a jornalistas (foto: Silvana Toazza)
“Sempre esteve no nosso sangue a eficiência energética”, aponta Grillo.
A maior aplicação das novas tecnologias e de sistemas focados no gerenciamento das atividades de produção são a espinha dorsal para a Indústria 4.0.
"A integração de sistemas é o básico. Recomendo pensar nisso", acentuou.
Tendências de mercado
Na abertura do evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, ressaltou a importância do tema em debate.
"Esta RA faz parte de um grande esforço da entidade em apontar as tendências de mercado na busca das empresas por maior produtividade e aumento da eficiência", afirmou Loro.
A plateia demonstrou interesse pelo tema, dado o número de perguntas vindas do público. Ao microfone, Paulo Magnani agradeceu a acolhida da Casa e a oportunidade da WEG em trazer informações de ponta no mercado por meio do diretor de Negócios Digitais, Carlos José Bastos Grillo.
Curiosidade: Hoje, 55% da receita da WEG vem de fora do país. A companhia adquiriu recentemente quatro startups e possui no Brasil 10 localidades desenvolvendo softwares.