A crise da Covid-19 desafiou o setor de transportes, mas a Marcopolo conseguiu manter-se no pódio como líder de mercado. A fabricante caxiense responde por 51,6% de participação no segmento de carrocerias para ônibus do país. Mesmo assim, no primeiro trimestre, a produção total da Marcopolo atingiu 3.016 unidades, 12,4% inferior ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida somou R$ 834 milhões de janeiro a março, freio de 9,3% no mesmo comparativo.
Apesar dos números negativos, mas bem melhores da média geral do setor, dois filões garantiram a manutenção de força nas estradas:
1º) O fretamento contribuiu para os negócios no primeiro trimestre deste ano, principalmente nos segmentos de rodoviários, micro-ônibus e Volare.
2º) As vendas ao poder público também permanecem aquecidas, impulsionadas pelo programa federal Caminho da Escola. Para se ter uma dimensão, no primeiro trimestre, a companhia entregou 761 unidades para o programa - 397 micros, 40 urbanos e 354 modelos Volare.
"As entregas ao programa continuarão no segundo trimestre e deverão alcançar volume próximo ao total que vencemos na licitação de 2019, 4.800 unidades. Aguardamos a publicação de novo edital para a licitação do Caminho da Escola 2021/2022", afirma José Antonio Valiati, diretor corporativo de Controladoria e Finanças (CFO) e de Relações com Investidores da Marcopolo.
No horizonte, também são alvos de otimismo os mercado de rodoviários e micros, que serão beneficiados a partir do segundo semestre com a reabertura de escolas e universidades e com a retomada do turismo.
"O efeito sazonal que observamos regularmente no primeiro trimestre de cada ano somou-se a novos fechamentos de cidades, restrições de locomoção e aumento dos casos da doença, afetando os resultados da companhia e do setor", observa o executivo.
A saber: as exportações também foram impactadas pela segunda onda de Covid-19, totalizando 427 ônibus vendidos no primeiro trimestre deste ano, contra 648 unidades no mesmo período do ano passado.
A companhia negocia novos pacotes para o continente africano, com parte dos pedidos sendo transferida do primeiro para o segundo e o terceiro trimestres. As operações na Austrália e na Argentina apresentam perspectivas positivas. O mercado australiano está praticamente normalizado e o argentino continua necessitando renovar a frota de ônibus urbanos.
Números do primeiro trimestre de 2021
A Produção Total da Marcopolo atingiu 3.016 unidades, 12,4% inferior ao primeiro trimestre de 2020.
A Receita Líquida somou R$ 834,0 milhões, redução de 9,3% ante o primeiro trimestre de 2020.
O Lucro Bruto atingiu R$ 100,5 milhões, com margem de 12%.
O EBITDA totalizou R$ 23,5 milhões, com margem de 2,8%.
O Prejuízo Líquido foi de R$ 14,7 milhões, com margem de -1,8%.