POR SILVANA TOAZZA
“Foi um dos melhores investimentos que eu já fiz.”
Com essa frase, Cláudio Andreazza, proprietário da Granja Andreazza, no distrito caxiense de Santa Lúcia do Piaí, define o retorno acima da expectativa propiciado pela energia solar.
Com mais de 40 anos de história no ramo agrícola, Seu Cláudio percebeu que era o momento de aproveitar os recursos naturais para economizar.
De um lado, selou contrato com a Magnani Luz e Energia para concretizar o sonho de instalar 600 módulos fotovoltaicos de energia solar em uma usina de solo em sua propriedade. Do outro, recebeu o apoio da Sicredi Pioneira na viabilização do crédito e no encaminhamento do projeto. A previsão é de até cinco anos para pagar o investimento.
Cláudio Andreazza diz que investimento superou as expectativas
“Superou as expectativas porque eu gastava de R$ 12 mil a R$ 15 mil por mês em energia elétrica e hoje minha conta está zerada. Eu só pago a taxa mínima, que é R$ 150, R$ 170 mensalmente. Consigo alimentar as fábricas de ração, tenho aquecimento para os leitões, há 25 casas de funcionários que moram aqui e que utilizam essa energia. Tenho as câmeras frias para as frutas. As nossas casas também são abastecidas. Tudo é alimentado com essa energia. A partir do sol, sou autossuficiente hoje em termos de energia elétrica, que é algo muito caro. Para mim, foi um belo investimento. Recomendo”, relata o empreendedor rural.
A Granja Andreazza, que se dedica à plantação de morango, maçã, soja e milho, além de suinocultura, optou por um sistema de energia solar em uma usina no solo, com aproveitamento de 100% do sol, já que a topografia e a localização geográfica propiciaram uma excelente captação da radiação solar de manhã cedo até o final da tarde.
Primeira empresa de Caxias homologada junto à RGE
A Magnani Luz e Energia, com operações em Caxias do Sul e em Torres, tem experiência quando o assunto é eficiência energética.
Com 50 anos de história, a empresa ingressou no filão de energia solar em 2013, tendo sido a primeira deste segmento em Caxias do Sul a conquistar homologação junto à RGE. Já são centenas de projetos de usinas de energia solar viabilizados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, com a diversificação de setores que enxergam na energia fotovoltaica a possibilidade de um investimento seguro e com juros atrativos em bancos e cooperativas de crédito.
Engana-se quem pensa que só grandes empresas podem investir em energia solar. Hoje, são atendidos setores que vão de agronegócio a comércio e indústria, passando por residências e condomínios.
“Há projetos que vão de 10 placas para sistemas residenciais até grandes projetos de usinas em shoppings, indústrias e propriedades rurais. A viabilidade é grande”, explica Mauro Cendron, diretor Comercial da Magnani Luz e Energia, uma das maiores fornecedoras da gigante WEG na Serra Gaúcha.
Usina solar de solo apresenta ótima performance em áreas rurais
O executivo explica a diferença de uma usina de telhado, tradicional, para uma de solo, que possibilita uma performance ainda melhor. A segunda opção exige uma área de terra disponível, normalmente em clientes rurais.
“Em regiões urbanas, industriais, a gente procura trabalhar sempre a parte de telhado porque o custo de área dentro do perímetro urbano é muito caro”, justifica Cendron.
Cooperativa fornece linhas de crédito facilitadas
A exemplo da Granja Andreazza, outros empreendimentos rurais encontraram na Sicredi Pioneira uma grande aliada para a viabilização de seu projeto de energia solar.
Júnior Frigotto, gerente da agência da cooperativa de crédito em Santa Lúcia do Piaí, destaca que hoje há linhas de crédito para todos os setores, com recursos próprios e do BNDES.
Facilidade de financiamento e juros acessíveis impulsionam investimento
Só no agronegócio, a Sicredi Pioneira já viabilizou mais de 1,5 mil projetos e o montante de R$ 115 milhões em energia solar até o momento em 21 municípios, incluindo Caxias do Sul.
“É muito fácil fazer um financiamento voltado ao agronegócio na energia solar. É só estruturar o projeto e encaminhar o financiamento, com juros acessíveis e sem burocracia”, explica Michele Rech, gerente de negócios para o Agro da Sicredi Pioneira em Santa Lúcia do Piaí, acrescentando que há muita procura, tanto de pequenos quanto de grandes produtores agrícolas.
Mais um filão da energia solar: irrigação
Além de alimentar câmeras frias, fábricas de ração, galpões, aviários, estrebarias, resfriadores, entre outros, a energia solar começa a ganhar força em outro filão do agronegócio: a irrigação.
Plantações com escassez de chuva podem ser favorecidas a partir da drenagem, o que garante a quantidade certa de água, repercutindo em qualidade e sanidade dos alimentos.
O sistema de irrigação movido a energia solar não depende da conexão com a rede de energia elétrica, e sim da captação por meio de painéis instalados em locais com luz do sol.
A técnica vem ganhando terreno junto a pequenos e a grandes produtores por três motivos: redução de custos, sustentabilidade e a não dependência de conexão com a rede de energia elétrica, o que é um complicador em áreas agrícolas afastadas.
A conjugação da utilização da energia solar para abastecer as propriedades e a irrigação torna-se uma tendência crescente no agronegócio. Caxias do Sul é a maior produtora de hortifrutigranjeiros do Rio Grande do Sul. Portanto, encabeça esse movimento de agregar eficiência energética ao campo.
Essa reportagem ganhou um vídeo com entrevistas na Granja Andreazza, em Santa Lúcia do Piaí. Assista clicando no link:
Energia solar no agronegócio, um filão crescente