POR SILVANA TOAZZA
É tradicional, ano após ano, que o público deixe as compras dos ovos de chocolate para as vésperas da Páscoa. Uma atitude arriscada, pois sempre faltam algumas opções. Mas, neste ano, a três dias da data do Coelho, não sumiram apenas certas marcas e tamanhos de ovos. Faltam quase todos os ovos.
Sim, quem circulou na quinta-feira de tarde por supermercados deparou com uma cena de esgotamento quase que total da oferta. No Zaffari situado no Bourbon Shopping San Pellegrino, toda a estrutura aérea que exibia os ovos restava vazia. Uma parreira antes enfeitada de cores, formatos e sabores estava limpa. Numa prateleira ao lado, apenas uma opção de ovos havia sobrado, ao lado de um modelo de cestas com ovinhos e coelhinhos de uma marca de chocolate da Região das Hortênsias.
Na Americanas, público tem poucas opções a escolher
No mesmo shopping, na loja Americanas, a oferta era maior, mas, mesmo assim, havia muitas prateleiras inteiras quase vazias. Indagando empresários do setor, o site apurou três fatores que ajudaram a diminuir a oferta e prejudicar a escolha do presente de quem deixou para a última hora:
1º) Os supermercados fizeram menos estoque, temendo vendas menores e a redução do consumo por conta da pandemia;
2º) Sem ter certeza de como funcionariam os supermercados durante o feriadão, por conta da bandeira preta, muitos consumidores anteciparam as compras;
3º) Mesmo diante de um cenário de interrogações provocado pela Covid-19 e com o reajuste nos chocolates, os clientes não deixam de adoçar a Páscoa e comprar mimos.
Cena de gôndolas vazias se repete no comércio
Levando essa conjuntura em questão, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Caxias do Sul pode ver concretizada sua meta de avanço de 10% nos negócios sobre 2020. Isso porque a pesquisa que apontava empate no desempenho foi feita num cenário ainda pior, entre os dias 11 e 15 março, quando o comércio não essencial estava impossibilitado de realizar atendimento presencial. Entretanto, quando comparado ao levantamento de 2019, ano em que não havia casos de coronavírus, o resultado nas vendas da Páscoa pode ter uma redução significativa, de cerca de 30%.
"Não podemos comemorar, porque o resultado do ano de 2020 já foi muito ruim, mas é um alívio porque mostra uma movimentação um pouco maior do que na Páscoa anterior", analisa o gerente Administrativo Financeiro da CDL Caxias, Carlos Alberto Cervieri.
O valor médio desembolsado por cada consumidor na Páscoa sofrerá singelo aumento de 3,20%, passando de R$ 130 (2020) para R$ 134,29 (2021). Em 2019, contudo, o tíquete médio era de R$ 159 por cliente.