Suspensão de reajuste de contratos para pequenas empresas, cancelamento de atualização das coparticipações em procedimentos aos beneficiários e repasse de valores médios históricos para a sustentabilidade de hospitais parceiros. Ciente de sua importância na engrenagem da saúde diante de uma crise mundial sem precedentes ocasionada pelo coronavírus, o Fátima Saúde não mede esforços para reafirmar sua solidariedade nesse movimento conjunto de luta pela vida.
Embora também tenha seu equilíbrio financeiro impactado pelo contexto econômico e social incerto, a operadora de gestão de saúde acredita que, se todos cederem um pouco e se empenharem muito, o saldo de dificuldades e de riscos à vida e à sobrevivência das empresas e das famílias pode ser atenuado.
Nesta entrevista, o diretor geral do Fátima Saúde, Roberto Zottis, destaca as ações que vêm sendo alinhavadas de forma diferenciada pela operadora que, há mais de 30 anos, tem como foco a preocupação de zelar pela vida de seus beneficiários.
Como se deu a iniciativa da operadora para contribuir com a sustentabilidade dos hospitais parceiros, que neste momento vêm a público expor suas dificuldades?
Roberto Zottis: Desde o final de março, compreendemos que os hospitais teriam perda expressiva de receita com procedimentos eletivos, que foram cancelados em função da pandemia. Nesse sentido, o Fátima Saúde, sabedor desse problema, tomou a iniciativa de desenvolver uma política inédita de repasse de recursos aos hospitais parceiros seguindo a média histórica mensal do último ano, até o mês de julho de 2020, embora em contrapartidas bem inferiores no volume de serviços prestados, uma vez que as restrições suspenderam os eventos de natureza não urgentes, tais como cirurgias e internações.
E isso já vem sendo aplicado?
Sim, os três principais hospitais de relacionamento em Caxias do Sul – Pompéia, Saúde e Virvi Ramos – de pronto aceitaram e agradeceram a nossa oferta, além de outros hospitais das cidades vizinhas a Caxias do Sul.
O Fátima Saúde se posicionou junto aos empresários sobre esse momento delicado?
Por meio de nota, reforçamos o papel que exercemos de intermediadores dessa complexa cadeia de saúde e que dependemos do pagamento dos contratos para repassar recursos aos diversos prestadores de serviços, incluindo hospitais, clínicas, laboratórios, médicos, etc. Nesse contexto, o papel dos financiadores dos planos de saúde privados – empresas e famílias – é fundamental, pois, em caso de inadimplência com o plano de saúde, haverá o risco de colapso no sistema de saúde, setor primordial e que precisa estar preparado para a possibilidade de ampliação dos atendimentos, especialmente nesse momento crítico e de profundas incertezas quanto ao futuro, em que o atendimento rápido, estruturado e completo salvará vidas. Portanto, solicitamos o engajamento dos empresários para que os planos de saúde sejam tratados como rubrica prioritária nos seus orçamentos financeiros. Também destacamos que Caxias do Sul possui mais da metade da população assistida pelos planos de saúde privados, e isso faz muita diferença nesse momento.
O Fátima Saúde também optou por suspender o reajuste dos planos às pequenas empresas?
Nossa decisão é que as micro e pequenas empresas com até 30 beneficiários em seus planos privados de assistência à saúde não terão reajuste para o período compreendido entre maio de 2020 e abril de 2021, conforme legislação que determina o agrupamento dessa população para fins de reajuste anual. Frente aos impactos da pandemia à economia, entendemos que essa é uma estratégia de propor um enfrentamento mútuo para vencermos esse desafio. A ideia é unir forças para superarmos esse momento de extrema dificuldade, com posturas coletivas e orientação ética, sabendo das muitas adversidades que teremos de enfrentar.
A operadora também está abrindo mão de reajustar as coparticipações?
Em texto enviado aos beneficiários no dia 7 de maio, comunicamos que, devido ao impacto da pandemia na economia, optamos por manter inalterados os atuais valores praticados a título de coparticipação financeira na realização de procedimentos até maio de 2021. Trata-se da diferença que o beneficiário paga quando é submetido a alguma consulta ou procedimento, cujo valor não será reajustado. Isso também é uma forma de auxiliar na preservação da saúde financeira das famílias diante do cenário de maior desemprego e incertezas.
Na área de atendimento, quais as adaptações feitas para enfrentar o coronavírus?
Desde o início das medidas de prevenção, em meados de março, a operadora colocou-se ao lado do seu maior patrimônio: a vida de seus beneficiários. Diversas ações e estratégias foram desenvolvidas para minimizar o risco de contágio da doença. O Centro Integrado, situado junto ao complexo de saúde Del Mese, na Avenida Júlio de Castilhos, no Centro de Caxias do Sul, foi adaptado para evitar a circulação de pessoas por todos os andares. A estrutura foi concentrada no andar térreo para acolher com agilidade os pacientes com risco de infecções pulmonares pelo coronavírus. Uso de protocolos médicos, treinamento das equipes, máscaras, álcool em gel e distanciamento entre bancos de salas de espera integraram as ações. Pacientes oncológicos com tratamento via oral passaram a receber seus medicamentos em casa, sem necessidade de deslocamento.
A forma de comunicação/atendimento com o público foi repensada?
Outro grande diferencial do Fátima Saúde foi a criação de um canal exclusivo para os beneficiários, por meio do Telemonitoramento (0800 722 8333), que conta com uma equipe de profissionais da saúde e pode ser acionado em caso de problemas de saúde e dúvidas. A operadora também disponibiliza atendimento médico domiciliar a pessoas com doenças crônicas pertencentes aos grupos de risco ou com mais de 70 anos, evitando que deixem suas residências e ampliem a possibilidade de contágio. Diversas informações e atualizações à comunidade foram repassadas por meio de lives pelo Facebook com a participação de médicos.
Apesar do cenário difícil, a operadora está investindo em um novo plano de saúde?
Em tempos de incertezas e de necessidade de redução máxima de custos, como o que se está vivendo no mundo hoje, apresentamos um novo produto que surge como opção em planos de saúde empresariais, revolucionando a tradicional lógica do mercado, ao proporcionar preços mais acessíveis com uma qualidade superior de serviços e de atendimento. O +Fácil chega para suprir as necessidades específicas de empresas de todos os portes e atuantes em todos os setores das atividades econômicas. O novo produto se configura em um modelo exclusivo de atendimento construído a partir de parcerias estratégicas alinhadas com todos os setores do sistema de saúde, convergindo sempre em benefício do bem estar e da saúde dos associados. Fazem parte dessa parceria estratégica uma rede médica de qualidade e adequadamente dimensionada, os Hospitais Pompéia, Saúde e Virvi Ramos, Laboratório Alfa, Centro de Diagnóstico Vero Dellaudo e demais prestadores. Momentos de dificuldades também apontam para oportunidades de parcerias e de soluções estratégicas.
Trata-se de um diferencial às empresas?
Como acreditamos que a melhor solução de saúde empresarial se apresenta na união do módulo assistencial (plano de saúde) com o módulo de medicina ocupacional – visão sistêmica -, além do plano de saúde com preços muito mais acessíveis, também estamos com valores muito subsidiados para a gestão da medicina ocupacional das empresas.
A importância dos financiadores (empresários/famílias) já foi destacada para a manutenção da complexa cadeia da saúde. Todavia, qual o tamanho da preocupação com eventuais inadimplências do setor?
Criamos um conselho de apoio a clientes, para análise de situações financeiras e negociações específicas, caso a caso. O objetivo é fazer o máximo esforço para manutenção dos nossos clientes, criando alternativas negociais que possibilitem manter em equilíbrio a condição do cliente e a sustentabilidade da operadora.