Vinte e seis entidades de classe da Serra assinam uma carta aberta defendendo o adiamento dos pleitos municipais de outubro de 2020 e a unificação das eleições no Brasil.
O documento, encabeçado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul e por 25 sindicatos patronais filiados à entidade, foi enviado ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, aos senadores e deputados federais gaúchos, aos deputados estaduais e às federações empresariais do Rio Grande do Sul.
Em função do avanço da Covid-19, o pedido contempla dois movimentos: o adiamento dos pleitos municipais de 2020 e a luta pela unificação das eleições no Brasil.
“A partir da nova data, ensejamos que todas as eleições ocorram sempre no mesmo ano”, defende.
Entre as justificativas estão o impacto financeiro, com a redução de onerosas campanhas eleitorais (cogita-se uma economia de R$ 1,5 bilhão com o adiamento), e a expectativa de ver os recursos do fundo eleitoral sendo alocados para o financiamento do sistema de saúde pública, além de outras áreas essenciais como educação, segurança e infraestrutura.
Confira abaixo a íntegra da carta aberta:
“O avanço da Covid-19 exigiu do mundo rápida adaptação à nova realidade imposta pela pandemia. No lastro das justificadas medidas de segurança sanitária, o debate em torno do adiamento das eleições municipais de outubro ganhou espaço na sociedade.
Colaborando com este debate, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) e os 25 sindicatos patronais filiados à entidade abaixo-assinados defendem não só o adiamento dos pleitos municipais de 2020, como também a tese do movimento que luta pela unificação das eleições no Brasil. A partir da nova data, ensejamos que todas as eleições ocorram sempre no mesmo ano.
O modelo brasileiro de eleições de dois em dois anos, com disputas em um ano para vereadores e prefeitos, e dois anos após para deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente, foi instituído após a Constituição de 1988. À época, o argumento foi o de promover a participação popular com frequência em uma democracia recém-criada. Após 32 anos, a democracia brasileira, apesar de ainda jovem e imperfeita, está consolidada, com eleições livres e diretas.
Em tempos de pandemia, temos como principal argumento os gastos, com a redução de onerosas campanhas eleitorais (fala-se em uma economia de R$ 1,5 bilhão com o adiamento), e a expectativa de ver os recursos do fundo eleitoral sendo alocados para o financiamento do sistema de saúde pública, além de outras áreas essenciais como educação, segurança e infraestrutura.
No nosso entendimento, a sociedade brasileira já está madura o suficiente para discutir um novo modelo, fazendo avançar a reforma política. E esta é uma responsabilidade da Câmara dos Deputados, a quem apelamos para que considere essa nova realidade.
Essa não é uma discussão travada exclusivamente no País. O cenário de incertezas já afeta eleições em diferentes países nos cinco continentes. Mais uma razão para que o Brasil mostre proatividade e protagonismo mundial.
Atenciosamente
Ivanir Gasparin - Presidente da CIC Caxias
Adair Angelo Niquetti - Presidente do Singraf
Chistiane Welter Pereira - Presidente do Sinpré
Débora Sikelero - Presidente do Sindivest
Eduardo Luis Slomp - Presidente do Sindigêneros
Eduardo Martins - Presidente do Sindipetro
Elias Reginato Biondo - Presidente da Fitemasul
Elói Nervis - Vice-Presidente do Sindijóias
Emerson Paixão - Presidente do Sirecom
Gelson de Oliveira - Presidente do Simplás
Idalice Manchini - Presidente do Sindilojas
Joacir Luis Reolon - Presidente do Sescon Serra Gaúcha
Júlio Gilberto Fante - Presidente do Sindivinho
Luiz Fernando Bolsonelo - Presidente do Sindiali
Luiza Colombo Dutra - Presidente da Microempa
Marilene Lazzari - Presidente do Sindercol
Octavino Pivotto - Presidente do Sivecarga
Paulo Antonio Spanholi - Presidente do Simecs
Paulo Cesar Santos - Presidente do Sindotranspf
Rafael Krug Marques - Presidente do Seprorgs
Renato Corso - Presidente da CDL
Rodrigo Postiglione - Presidente do Sinduscon
Rodrigo Zini - Presidente do Sincoter
Serafim Quissini - Presidente do Sindimadeira RS
Valmir Susin - Presidente do Sindirural
Vicente Perini Filho - Presidente do SEGH”