Caxias do Sul 22/11/2024

1ª Rota do Veículo Elétrico do RS começa pela Serra Gaúcha

Já estão confirmados os primeiros hóspedes a receber as estações de recarga para o novo modelo de carro
Produzido por Silvana Toazza, 26/08/2021 às 11:05:24
1ª Rota do Veículo Elétrico do RS começa pela Serra Gaúcha
Simulação do carregador no Café Tainhas
Foto: Mauro Martins

O carro elétrico não é mais uma tendência futura, mas uma realidade presente. A preocupação, no momento, é como oferecer infraestrutura de recarga a veículos e motos movidos a eletricidade, garantindo que o Estado impulsione esse setor que ganha estrada acelerada no mundo.

Nesse sentido, duas empresas da Serra Gaúcha uniram forças e lançam a 1ª Rota do Veículo Elétrico do Estado. Encabeçam a mobilização com vistas a oferecer mais estações de recarga para esse novo modelo de carro a Magnani Luz e Energia, com matriz em Caxias do Sul e filial em Torres, e a Sicredi Pioneira, com sede em Nova Petrópolis.

A Magnani já trabalha com carregadores elétricos com tecnologia de ponta Weg e está apta a municiar tecnicamente os pontos de recarga. Já a Sicredi Pioneira oferece financiamento ao segmento, tanto no que tange às instalações de carregamento quanto de veículos movidos a eletricidade. Portanto, ambas puxam esse movimento, que ganhará a partir de agora outros parceiros, incluindo os pontos comerciais estratégicos para o posicionamento dos carregadores, concessionárias que vendam veículos elétricos e outras companhias que venham a utilizar as estações como eixo de marketing.

A intenção é que a Rota Elétrica contemple 15 cidades gaúchas, incluindo Caxias do Sul, Tainhas (distrito de São Francisco de Paula), Torres, Osório, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Nova Petrópolis, Gramado, Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha, Flores da Cunha, Cambará do Sul, Capão da Canoa e Tramandaí, perfazendo quatro regiões com alta performance de desenvolvimento: Serra Gaúcha, Litoral, Região Metropolitana e Região das Hortênsias. Essas localidades também representam um grande polo de desenvolvimento turístico e circulação de visitantes.

A Rota Elétrica já nasce com hóspedes: um deles é o Café Tainhas, ponto de parada de quem se dirige da Serra ao Litoral Norte. A previsão é que, neste segundo semestre, seja instalada a estrutura de carregamento de carros veiculares no local, a tempo da temporada de veraneio.

Outros estabelecimentos também já deram seu “sim” para abrigar um ponto de carregamento, incluindo a Casa Fagundes, situada no distrito de Vila Cristina, em Caxias do Sul, e o Restaurante Cantinho do Pescador, em Torres.

“Nosso intuito é instalar a estrutura de recarga do carro elétrico em pontos de alta circulação e nos quais as pessoas possam parar para se alimentar ou descansar por, no mínimo, 30 minutos, tempo para o recarregamento parcial do veículo”, explica Jenner Iadroxitz, gerente comercial e estratégico da Magnani Luz e Energia.

O foco são restaurantes, cafés, lojas de conveniências, hotéis, entidades de classe, supermercados, entre outros. Um raio de mais de 100 quilômetros com estações de carregamento permitirá que o proprietário de um veículo elétrico tenha autonomia assegurada para circular por regiões gaúchas sem preocupação.

Paulo Magnani, diretor geral da Magnani Luz e Energia, ressalta que o veículo elétrico propicia um novo aprendizado de abastecimento:

“Começa-se a recarregar o carro na hora do almoço, na hora do lanche, na hora de ir ao mercado. Buscamos pontos com referência de abastecimento elétrico com o intuito de manter sempre a bateria com carga. Mesmo que eu já tenha quase 80%, eu vou procurar sempre abastecer mais para ter uma carga segura para que, a qualquer momento, eu possa me deslocar para lugares mais distantes. No início, todo o proprietário de um veículo elétrico deve manter o modelo híbrido, elétrico e a combustão, e será uma transição, uma nova experiência que ele e a família terão”, explica Magnani, profundo estudioso do setor e das tendências tecnológicas.

O empresário lembra que, entre os motivos que levaram a empresa a se envolver na dianteira da mobilização para as estações de recarga elétrica, está a necessidade de oferecer infraestrutura para o setor além dos eixos urbanos.

“Se esses veículos elétricos não tiverem onde abastecer, eles ficarão somente confinados ao perímetro urbano. Ou seja, o carro, apesar de ter autonomia, ficaria restrito às áreas nas quais estão instalados os carregadores. Tendo a rota, ele tem a condição de fazer trajetos mais longos, reabastecimento e continuar a viagem, inclusive turística. Queremos tornar o veículo elétrico não só urbano, mas de viagem”, argumenta Paulo Magnani.

Dessa forma, a Magnani Luz de Energia está recebendo a inscrição e fazendo a seleção de candidatos interessados em receber a estrutura de recarregamento de motos, bicicletas e carros elétricos, o que seria um chamariz extra à atração de público a esses estabelecimentos. Também estão abertos espaços publicitários para marcas que queiram patrocinar o projeto e ganhar evidência nos totens.

A saber: com um carro elétrico, além do apelo fortíssimo da sustentabilidade, a economia anual não se dá apenas no abastecimento, cuja diferença é gritante em relação à gasolina ou álcool, mas na manutenção do automóvel, que é mínima. Não há troca de óleo e a propulsão elétrica praticamente não requer reparos, substituições. Isso porque um veículo elétrico tem muito menos peças do que um carro a combustão, ou seja, a petróleo. Se houver a instalação de placas de energia solar na estrutura de carregamento elétrico, a economia é ainda maior nessa engrenagem.

Detalhe: o setor avança em alta velocidade, já que, a partir de 1º de janeiro de 2030, está em estudo a proibição da venda de veículos novos movidos a combustíveis fósseis no Brasil, e em 2040 nenhum automóvel a gasolina ou diesel poderia circular no país.

Ou seja, começa a se fechar no mundo o cerco à utilização da gasolina e do diesel, que geram poluição e ameaçam a sustentabilidade do planeta. O Reino Unido antecipou de 2035 para 2030 a proibição de venda de novos carros movidos a gasolina ou diesel. O movimento é seguido pelo Japão e pela China.

Estudo do Boston Consulting Group (BCG) indica que a proporção de automóveis elétricos e híbridos passará dos atuais 10% para 51% das vendas globais em uma década.

Ponto extra: o aplicativo PlugShare apresenta um mapa sinalizando as estações de carregamento próximas à região por onde está circulando o motorista do carro elétrico.

Magnani Luz e Energia

Caxias do Sul: Avenida Rubem Bento Alves, 4.549, Perimetral Norte, bairro Santa Catarina

Torres: Avenida Barão do Rio Branco, 876, Centro

Os estabelecimentos interessados tanto em patrocinar o projeto, ganhando visibilidade em marketing, quanto em receber um carregador elétrico na nova rota podem contatar pelo telefone/WhatsApp (54) 4009.5255